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LINHA DE ÁGUA
Fernando Mota e Luís Ribeiro
Instalação Multimédia
 

Conjunto de cinco curtos vídeos utilizando o método Sursum Corda (1), que envolve a composição de peças sonoras recorrendo unicamente a instrumentos musicais e elementos sonoros construídos e captados num espaço natural a partir dos materiais aí encontrados. A criação visual seguiu os mesmos princípios, explorando o espírito do lugar numa lógica imersiva e essencialista. Os filmes foram criados durante os meses de Abril e Maio de 2022 em cinco locais correspondentes aos concelhos de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor.

 

Linha de Água é uma construção à volta de algo que (já) não existe: a Linha do Tua. Ao longo dos cinco filmes é sugerida a presença de um comboio fantasma que emerge das águas do rio para logo a seguir voltar a ser por elas engolido, como se nunca tivesse realmente deixado de percorrer a linha. Da Linha do Tua surge assim esta Linha de Água, uma reflexão acerca da memória e da nossa perceção da realidade.

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(1) Sursum Corda (latim): "Corações ao alto", "Elevem os vossos corações". É o diálogo de abertura do Prefácio da Oração Eucarística ou Anáfora nas liturgias da Igreja Cristã, que remonta pelo menos ao terceiro século e à Anáfora da Tradição Apostólica. O diálogo é registrado nas primeiras liturgias da Igreja Cristã e é encontrado em todos os ritos antigos.

 

 

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APEADEIRO

Yola Pinto e Nuno Veiga
Instalação

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Território espectral com entrada e saída de passageiros para uma instalação imersiva  construída por objetos relacionados com a antiga linha do Tua, que se cruzam com elementos naturais retirados da paisagem do Vale do Tua.
Depoimentos da população e registros fílmicos recolhidos durante as residências deste festival convergem neste não lugar, gravado em nós nos últimos meses.

 

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LINHA E GENTES DE FERRO

Alunos da Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo
- Politécnico de Bragança
Exposição de Fotografia

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Esta exposição partiu de um livro fotográfico idealizado, realizado e produzido por quatro alunos finalistas da licenciatura de Multimédia da Escola Superior de Comunicação Administração e Turismo. Explorando o território e bebendo das diferentes fontes de conhecimento, o trabalho é um registo da relação entre as gentes, o rio e uma linha férrea sem comboios.

 

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CONCERTO PARA UMA ÁRVORE
Fernando Mota
Música

Marca o início de uma pesquisa à volta de objectos sonoros e instrumentos musicais experimentais criados a partir de árvores e outros materiais naturais.

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O instrumento foi criado a partir de um carvalho cortado numa limpeza de terrenos na Serra de Montemuro em Fevereiro de 2020. Durante a quarentena esta pequena árvore foi-se lentamente transformando num instrumento musical, com cordas esticadas entre os seus ramos e sinos em lugar de flores. É tocado com as mãos, pauzinhos chineses, arco de violino, powerball, slide, pedras e troncos.

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​Este e outros instrumentos desta pesquisa, como a Ramira e a Birdcage, fazem parte de um concerto que é a primeira paragem de um caminho que se adivinha longo e que englobará outras ramificações como os sistemas de comunicação e simbiose entre plantas e árvores e a pesquisa poética sobre a velhice e a memória.


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AMANHÃ OU PASSADO
Carla Galvão e Sofia Cabrita
Teatro

Estamos numa passagem de nível - o nome que se dá a um cruzamento ao mesmo nível entre uma ferrovia e um caminho. Aqui cruzam-se a leveza do caminho e o peso férreo de uma linha que corta a montanha, e que a guarda, zeladora, impede que nos trespasse se a cruzarmos desatentos.

 

Que boa maneira esta de começar a contar um par de lembranças, para tentar recordar uma história que é comum a todos: a linha de comboio do Tua, que viajava à beira do rio, perto do bater do coração do Vale. As histórias também são passagens de nível... Muitas vezes sem guarda. 

Amanhã ou passado lá nos encontraremos. 


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REFLEXUM
Yola Pinto e Nuno Veiga
Dança

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No início era o corpo. O corpo na sua capacidade de expressão infinita de falar do lugar onde pertence, de refletir como um espelho a própria vida semeada na inevitável transformação da paisagem. Entrámos no território pela mão dos seus habitantes, mergulhámos em vales de horas de conversas numa polifonia de vozes, de sentimentos e de gestos que nos falam de presença, mas também de ausência. E isso era dança. 
 
Assistimos vagarosos ao namoro silencioso entre o rio Tua e a extinta linha férrea, ainda gravada na imensidão da paisagem. Coreografaram-se as palavras ditas através de diálogos que envolvem todo o corpo e o transformam continuamente no reflexo da história destes lugares. E isso era a dança!

 

Um espelho que é o ponto de encontro entre os habitantes deste Trás-os-Montes e o seu céu rasante, entre os montes escarpados e os socalcos nos braços de quem lá nasceu ou da linha do rio que transborda dos peitos quando se fala da terra a que se chama casa. 
 
Reflexum nasce da observação destas relações num momento de dança e vídeo-dança, com a participação direta do Grupo de Teatro de Pombal de Ansiães. 

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